[1 2 3 Testando #Minimed640G ] 7 contras de usar uma bomba de infusão de insulina
E o teste acabou! Ok, já faz um tempinho e este post demorou um pouco mais para amadurecer porque eu queria ver se mudaria minha opinião sobre algumas coisas.
Eu falei aqui aos 45 dias de teste sobre os 7 prós de usar a bomba, então agora é a hora de falar dos 7 contras que eu vi.
Vamos lá?
1. Desperdiça mais insulina
Você aí que usa caneta e que já sugou com a seringa aquele restinho que fica no final, pode ficar um pouco assustado. Eu fiquei na verdade passada com o tanto de insulina que teria que jogar fora em algumas ocasiões, semanas em que usei menos do que o normal... E confesso que em uma delas cheguei a ficar um dia e meio a mais com o conjunto só para não jogar fora 20 unidades de Humalog, porque isso era um dia inteirinho de insulina!
Mas vou explicar melhor. Com a bomba 640G, a cada três dias você tem que trocar cânula, cateter e reservatório. Quando colocamos fazemos um cálculo da média diária de insulina usada (a basal + 50% do bolus) e acrescentamos 20% para os imprevistos.
No entanto, pode ter semanas que você usa mais ou menos. Quando você usa menos e precisa trocar no terceiro dia, o que sobrou acaba tendo que ser descartado. E aí, meus amigos, a lágrima desce!
2. Você parece sim um andróide!
Por mais que você enfie a bomba num canto, o cabinho no outro, as pessoas vão ver e vão perguntar. E por mais desencanado que você seja, dependendo da sua paciência, responder tantas perguntas pode acabar enchendo o saco. Porque não é só responder o que é aquilo, você vai ter que explicar o que é diabetes, o que é diabetes tipo 1 e a diferença que aquele aparelho faz no seu dia a dia.
Com os mais próximos, os questionamentos terminam em umas duas semanas, mas no geral nunca acabam. Cabe a cada um avaliar o quanto está disponível a isso.
Além é claro do fato de ser sempre estranho tomar banho com as coisas penduradas na pele. Não dá pra dizer que me senti totalmente à vontade e acostumada nesses dois meses, achava engraçado e talz, mas era algo sempre presente.
3. Você vai sempre, ou quase sempre, se preocupar com fio, cânula e sensor
Cada ida ao banheiro, cada troca de roupa, cada banho, cada sentar e levantar é um lembrete que você está carregando algo e que tem que ter um certo cuidado.
Mesmo depois de perceber que as coisas não soltavam tão fácil como eu achava, eu ainda tinha que ficar esperta pra não arrancar alguma coisa. Principalmente o sensor que custa os olhos da cara e estava em falta na época.
4. Rola mal funcionamento/ queda de sinal
Uma coisa que me irritou bastante foi a queda de sinal do sensor. Um deles ficou um dia e meio sem funcionar mesmo depois de todas as tentativas. Eu ainda dei sorte e não perdi nenhum por colocar errado ou por arrancar, então imaginem o meu aborrecimento quando do nada o bicho simplesmente dava sem sinal e assim ficava por horas.
Eu sentia como um desperdício já que não tinha muitos e queria aproveitar o máximo de cada um. Era frustrante.
5. Foi mais difícil corrigir super hipers
Calma, essa é uma opinião minha apenas. Todas as vezes que eu tive hipers muito alta (e não foram poucas) achei muito difícil normalizar depois. A bomba não te deixa aplicar se tem insulina ativa e também tem um limite de 10un (dá pra mudar com autorização do médico) para cada aplicação.
Fiquei com a impressão que demora muito mais! Em uma das vezes suspendi a bomba, apliquei na caneta e esperei normalizar para religá-la, o que me fez questionar até que ponto é bom já que eu tenho que voltar pro "antigo"para normalizar uma situação assim.
6. O aparelho é grande!
Outra percepção pessoal... hahahahaha
Achei um trambolho! No bolso ficava pra fora. No da frente, quando sentava incomodava a parte de baixo da barriga. No de trás, uma banda da bunda ficava ridiculamente torta. Nos peitos, me sentia a Cicciolina. Não é como carregar um celular, talvez seja mais como um telefone antigo com fio.
Mas ok, dá pra conviver. Dá sim pra esquecer que está com o negócio, mas É um negócio. Vale lembrar!
7. Pode abalar e muito o psicológico
A gente compra umas ideias sem saber o que elas podem causar na gente. Sempre vi a bomba, pelo que me falavam, como a solução de todos os problemas. Com ela o controle seria perfeito, tudo funcionaria super bem, a vida ficaria 100% descomplicada, gráficos retos, liberdade.
Pode ser assim pra muita gente, não duvido. Mas não foi o meu caso. As duas, quase três primeiras semanas, foram bem sinistras. Descontrole quase que total perto de um bom controle que eu tinha acabado de conseguir. E ver aquilo minuto a minuto a no gráfico... Lidar com vários novos procedimentos de uma hora para a outra, ver outros indo bem enquanto seus gráficos não saem do 200, se sentir impotente.
Depois eu vi melhora sim, mas fiquei imaginando o quanto deve ser difícil para uma criança e passei a admirá-las ainda mais!
Então vale ressaltar sim que o começo pode ser árduo, trabalhoso e até dolorido. Mas vale reforçar também que a experiência é válida e que todos deveriam sim passar por ela.
Este post não foi e não é para desencorajar ninguém. Testem sim e tirem a percepção de vocêd.
Eu, por ora, voltei pras minhas canetinhas e com elas vou ficar!
Até a próxima!
Luana Alves
Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!
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