Pois bem, encontrei recentemente, mais ou menos na época em que escrevi o texto acima, esta entrevista do site DiaTribe que discute a importância de saber como falar sobre diabetes e com uma pessoa que tem diabetes. E puxa, como abriu os meus olhos, que já não gostavam muito do uso do termo diabético.
O psicólogo clínico da Universidade de Stanford, Korey Hood, que tem diagnóstico de diabetes tipo 1, fala sobre os estigmas em torno da diabetes. Segundo ele, uma pessoa com tipo 2 sempre se depara com pessoas dizendo que elas provocaram aquilo, o que em muitos casos pode não ser verdade.
Já as tipo 1, podem fazer boa parte das coisas escondidas ou se depara com coisas que acabam parecendo invisíveis, o que para os outros passa a imagem de que conviver com a diabetes é fácil. Eu ressalto ainda as que nos tratam como doentes terminais, com os benditos tadinhos e coitadinhos. E ainda as que nos excluem porque não conhecem nada sobre esta condição.
Ele diz que precisa haver uma filosofia de troca de informações onde as pessoas com diabetes compartilham o que querem sobre o seu dia a dia e as pessoas sem essa essa condição podem perguntar o que gostaria de saber. Mas pede que as pessoas que querem começar um diálogo sobre diabetes com alguém que tenha essa condição saibam um pouco sobre o que estão falando e o melhor termo que deve usar.
Eu achei a entrevista super bacana e me fez parar pra pensar sobre as vezes em que me perguntaram bobeira e eu fiquei com raiva, porque nem sempre é fácil ter paciência para algumas bobagens. Mas é importante que a gente esteja aberto para esclarecer, ouvir e derrubar mitos. Diariamente.
Eu traduzi aqui o manualzinho que eles disponibilizam lá sobre os melhores termos para abordar o assunto com alguém com diabetes. Achei um material muito rico que vale a pena até imprimir e andar na carteira. E não é para quem não tem diabetes, vale para todos, porque a mudança de cultura deve partir de todos nós. Não é porque eu não ligo de ser chamada de doente (por causa da diabetes) que significa que os outros não vão ligar - na verdade eu ligo sim rs. E nem é babaquice de politicamente correto, tem coisas que realmente ferem. A gente fala e nem percebe.
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Tudo fica melhor, quando a gente se aceita e aceita o que vem do próximo.
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