5 de julho de 2016
[Pelo Mundo] Encapsulamento de células beta
Quem acompanha o blog já deve conhecer a série de posts Pelo Mundo, que busca de maneira simples mostrar coisas sobre diabetes que vi em minhas viagens.
Em 2014, estive em Boston e NY e puder conversar com a Amy Montalto, da JDRF, que me falou sobre o trabalho desta instituição, que resumidamente arrecada fundos para investir em pesquisas que tem como propósito curar a diabetes tipo 1 e/ou facilitar o dia a dia com a doença.
Venho desde então tentando falar aqui sobre os projetos de pesquisa apoiados por eles. Já falei sobre as pesquisas que procuram reverter ou minimizar as complicações causadas pela diabetes e também sobre o pâncreas artificial. E dessa vez, que tal conversarmos um pouco sobre o encapsulamento de células beta?
Não sabe o que é célula beta? Essas células são as que, dentro do pâncreas, produzem a insulina. Nos pacientes com diabetes tipo 1, o sistema imunológico interpretou que elas eram maléficas e as destruiu. Com isso, paramos de produzir insulina tendo que iniciar o famoso tratamento com injeções.
Já existem pesquisas que repõem, por meio de células-tronco, essas células no organismo. Com o tempo, ela viram células beta e passam a produzir insulina. Com isso, a pessoa acaba parando de tomar insulina e volta a ter uma vida sem precisar se preocupar tanto com todos os cuidados.
Mas vocês lembram que os anticorpos atacaram aquelas células beta que o nosso corpo já tinha, então mais cedo ou mais tarde eles podem atacar essas células novas de novo. E dessa forma, o paciente acaba tendo que voltar ao tratamento antigo, com injeções.
A pesquisa apoiada pela JDRF tenta desenvolver uma película ou dispositivo que possa ser implantado no corpo humano com as células beta dentro. Essa pele protetora permitiria a entrada e a saída da insulina e da glicose, mas não o acesso dos anticorpos, mantendo as células inteirinhas por mais tempo. Bacana, né?
Nesse vídeo aqui (em inglês), o diretor Albert J. Hwa explica como essa película vai funcionar e os dois tipos de encapsulamento, o micro e o macro:
O micro é uma pelinha mais fina com um montão de células dentro. Ele diminui a distância das células beta com o organismo, mas ao mesmo tempo é mais frágil e mais difícil de ser reposto caso os anticorpos consigam atacar.
O macro é um dispositivo mesmo, pequeno, com menos células dentro. Por isso, o acesso da insulina e da glicose às células é um pouco mais difícil. Por outro lado, ele é mais forte e mais fácil de ser trocado.
Qual é o melhor? Nem eles sabem e por isso a JDRF vem investindo nas duas vertentes. Já foram feitos testes com animais e os resultados são promissores. E eles não poupam esforços, em 2015 foram investidos US$ 92 milhões em pesquisas, entre elas essas daí. E tudo dinheiro de gente como você e eu por meio de doações.
A gente sabe que todos esses avanços não são pra já, para daqui alguns meses e que provavelmente ainda vai demorar. Mas dá uma expectativa boa só de pensar que tem gente trabalhando e ajudando para que avanços assim cheguem até nós. É o que basta para não perdemos a esperança de ver a cura ou um tratamento mais definitivo e menos trabalhoso. É o que basta para continuarmos lutando!
Quer saber mais e doar? É só acessar o site da JDRF!
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