[Mochilando] Salkantay Trek - Dia 1: Superação


Logo que chegamos a Cusco, a segunda cidade da nossa trip, a maior preocupação foi aclimatar. A altitude pode fazer mal a qualquer pessoa e ficamos bem atentos a todos os sintomas: dor de cabeça, tontura, cansaço, enjôo...

Chegamos até que bem, mas depois de uma caminhada no centro fiquei muito enjoada, a ponto de não conseguir comer... Fizemos a correria habitual para o tratamento com sorochi pills e chá de coca e no dia seguinte eu já me sentia bem melhor... No terceiro dia, eu já fazia caminhadas sem sentir qualquer sintoma. Por isso, pensei que sintomas do "mal de altitude" eu não sentiria mais.

A trilha começou logo com subida, saímos de uma altitude de 2700 em Marcoq'Asa e deveríamos chegar em umas quatro hora a 3900 de altitude no acampamento do primeiro dia em Soraypampa .


O início do desafio... No mapa, o caminho a ser percorrido.
Não parecia difícil ter que andar quatro horas, mas já na primeira subida a falta de ar começou a pegar para mim. Foquei mais em respirar direito, andando com calma. 


Subidas e mais subidas!


E fui bem, no meio da galera, até mais da metade, quando passamos os três mil metros e a altitude começou a querer me derrubar.

O último trecho que deveria ser percorrido em um hora virou um martírio. Eu não conseguia respirar direito, sentia muito enjôo... De repente comecei a vomitar e aí parecia que meu corpo não respondia. O guia dizia que faltava só meia hora, me dava folhas de coca para mascar, folhas de munha para inalar para diminuir o enjôo... E eu me esforçava pra continuar andando.

Vomitei ainda mais umas duas vezes antes de conseguir enxergar o acampamento e quando o vi dei tudo de mim pra chegar lá. O guia Michael ainda carregou minha mochila na última subidinha antes de finalmente chegar lá. E cheguei!


Não, essa não sou eu na chegada. Mas sou eu depois de três horas de caminhada e pouco antes de começar a passar mal. A cara é de quem iria bem até o fim... SQN!


A sensação era de missão cumprida, mas teve momentos em que pensei seriamente em simplesmente deitar no chão e esperar socorro. No acampamento, logo me deram chá de coca e uma sopa, mas não consegui comer nada mais além disso. O guia fez algumas perguntas para comprovar se era mesmo "mal de altitude" e a glicemia (que demorei pra conseguir medir por causa da moleza do mal estar e do frio) estava em 190, que resolvi manter caso continuasse não conseguindo comer, ou seja, não tomei insulina.


Mapa do trecho percorrido no primeiro dia. 


À tarde teve uma outra caminhada para subir a 4500 de altitude para ver uma laguna (essa minhoquinha indo pra cima partindo de Soraypampa). Nem se eu quisesse poderia ir... Hahahahaahahaha Tirei o resto do dia de descanso... Muito chá de coca e cochilos, porque era só o primeiro de cinco dias e eu não queria ter que desistir.

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Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

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