Lembro até hoje o primeiro médico que me deu uma lista imensa de coisas que eu não poderia mais comer nem beber… Ia do mais básico, como açúcar, até beterraba… A impressão que eu tinha é que eu só poderia comer bolacha de água e sal e tomar água… Bolacha integral ainda por cima.
Tudo era muito novo e assustador e pensar em nunca mais poderia comer coisas que eu amava, como doce de banana, me deprimia…
Até o dia em que me apresentaram a contagem de carboidratos ou contagem de CHO para os mais íntimos. E aí minha vida mudou, de novo!
Existem várias maneiras de aplicar a contagem de CHO ao tratamento de diabetes e como uma pessoa poderá usá-la depende muito do tratamento medicamentoso e nutricional utilizado e, principalmente, do senso de responsabilidade.
Hoje vou começar a explicar aqui como eu uso a contagem de CHO. Esse será só o primeiro post. E vale lembrar sempre que não sou médica nem nutricionista, então se você achar bacana e acreditar que é possível aplicar tudo isso ao seu tratamento tenha uma boa conversa com seus médicos antes, ok?
Vamos lá!
É, essa é pra você que acha que só não pode mais comer doce… O açúcar aqui é sim um tipo de vilão, mas ele não é o único. A pessoa com diabetes tem que tomar cuidado com várias coisas, como todos os tipos de carboidratos, gorduras e até com as proteínas ingeridas. Esses são os macronutrientes.
Você deve estar se perguntando: Oi? Que? Como assim? Gorduras e proteínas também? É, é isso mesmo.
Olhem só essas explicações do Manual de Contagem de Carboidratos do Instituto da Criança com Diabetes:
Carboidratos
Os carboidratos (CHO) são os nutrientes que mais afetam a glicemia, 100% são convertidos em glicose em um tempo que varia de 15 minutos a 2 horas. Representam de 50 a 60% do valor calórico total. Embora possam ser simples (glicose, sacarose, frutose e lactose) ou complexos (amido), ambos interferem do mesmo modo na glicemia. São encontrados nos pães, bolos, cereais, massas, arroz, grãos, vegetais, frutas, sucos, leite, iogurte e em todos os alimentos que contêm açúcar.
Proteínas
As proteínas ingeridas representam aproximadamente 15 a 20% do valor calórico total. Da quantidade ingerida, 35 a 60% transformam-se em glicose.
Lipídeos (Gorduras)
As gorduras representam 25 a 30% do valor calórico total. Da quantidade ingerida, 10% são convertidos em glicose num período de até cinco horas.
Resumindo:
Agora ficou um pouco mais claro, né? Isso significa basicamente que não basta simplesmente não comer doces, é preciso conhecer os alimentos. Ele pode ter poucos carboidratos, mas muuuita gordura… Ou ainda ser zero gordura e ter muitos carboidratos.
É bom sempre lembrar que todos os nutrientes são importantes para as pessoas com diabetes e todos terão influência na glicemia se consumidos em quantidades excessivas. A definição das quantidades de cada nutriente deve ser individualizada e prescrita por um nutricionista. Não faça nada sozinho!
Conhecer o que se está comendo e como isso pode interferir no seu tratamento é muito importante. Além de melhorar sua qualidade de vida, ainda vai te dar uma certa liberdade. Acredite se quiser.
Mas se ainda não ficou muito claro, calma! No próximo post da série vou falar sobre a leitura dos rótulos. Aprender a entender o que tem em cada alimento pode ajudar e muito a otimizar suas escolhas. E aí, de vez em quando, pode até rolar sim um brigadeirinho. Até a próxima segunda!
* Colaborou: Fernanda Castelo Branco - educadora em diabetes - nutricionista clínica da ADJ Diabetes Brasil e Clinicas Integradas
Fonte: http://www.icdrs.org.br/arquivos/pdf/Manual-Contagem-Carboidratos.pdf
Bjinhus
Maravilhoso, vc não tem ideia de como me ajudou, 🙏🏼🙏🏼.
ResponderExcluirGratidão, agora comecei a entender